A Polícia Federal ouvirá nesta quinta-feira (14), no Recife, a secretária administrativa do PSL, Maria de Lourdes Paixão, 68 anos, que disputou como candidata a deputada federal pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. Há suspeita que o grupo do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Luciano Bivar, criou uma candidatura laranja para receber dinheiro.
Nesta terça-feira (12), a Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE) informou que propôs ação de impugnação de contas eleitorais da ex-candidata.
Maria de Lourdes recebeu R$ 400 mil de contribuição da direção nacional do partido e obteve apenas 276 votos.
Segundo a Procuradoria Eleitoral, a ação busca esclarecer os fatos e elucidar eventuais irregularidades. A PRE-PE informou que o caso está sob sigilo e nenhuma outra informação sobre a ação poderá ser fornecida neste momento. A suspeita de fraude eleitoral envolvendo a secretaria administrativa do PSL foi revelado no último domingo pela Folha de São Paulo.
O caso chamou atenção porque o valor repassado para Maria de Lourdes pela direção nacional do PSL na campanha foi praticamento igual ao que foi repassado para a eleição do presidente Jair Bolsonaro, que foi de R$ 433.346,73. Segundo apurou a Folha de São Paulo, o recurso foi enviado no dia 03 de outubro de 2018.
Do valor total de R$ 400 mil, Maria de Lourdes declarou a Justiça Eleitoral ter gasto R$ 380 mil de recursos públicos em uma gráfica faltando quatro dias para a eleição. Acontece que no local indicado na nota fiscal da Gráfica Itapissu, no Arruda, existe uma oficina de carro que funciona há quase um ano no local, segundo revelou a Folha.
Na semana passada, a reportagem havia relevado que o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, promoveu um esquema de candidaturas de fachada em Minas Gerais. Nesse caso, a sigla recebeu altos valores Fundo Eleitoral do PSL nacional. Curiosamente, os candidatos não conseguiram receber 2 mil votos. Parte do gasto declarado foi para empresas ligadas ao gabinete de Marcelo Álvaro Antônio, na Câmara dos Deputados.
Em Recife, Maria de Lourdes será ouvida pela Polícia Federal em um procedimento chamado registro especial, cujo objetivo é obter informações antes da instauração do inquérito policial.
Diário do Pernambuco
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