Edivan Guilhermino é professor de química e influente na cultura da cidade de Brejo dos Santos, principalmente no que se refere à quadrilhas juninas.
1- Qual foi seu primeiro contato com quadrilhas juninas?
Quando eu ainda era uma criança, existiam várias quadrilhas em Brejo dos Santos, desde mirim a quadrilhas da 3ª idade. Lembro bem que meus irmãos, tios e conhecidos dançavam em umas tradicionais da cidade, e foi ai onde tive meu primeiro contato com eventos juninos. No meu bairro e com 7 anos de idade, dancei pela primeira vez em uma quadrilha junina.
2- Você dançou logo quando criança, e após esse contato, como foi sua história em eventos juninos da cidade?
Já adolescente, no início dos anos 2000, a partir de uma brincadeira criamos o “Arraiá Popular” no Bairro das Populares com a ajuda de Vera Lúcia e Jarné. Nessa mesma época senti a necessidade de criar uma quadrilha mirim, onde nasceu os “Matutinhos Sem Vergonha” formada por crianças do bairro. Com o término da “Arraiá Popular” , fiz parte da quadrilha “Os Matuteiros” que tinha como presidente nosso amigo Professor Jailson. Nessa última, eu tive a oportunidade de dançar em outras cidades como Catolé do Rocha, São Bento, Alexandria etc.
Em 2005 deixei o grupo, pois entrei numa faculdade onde precisei morar em Campina Grande, mas quando voltei, no ano de 2013, tive o prazer de dançar também no 7º ano da “Arraiá do Brejo” que tinha como presidente o meu grande amigo Petrônio Guedes.
Comandei o “Arraiá da Dona Diva” , quadrilha da Escola Diva Guedes de Araújo nos anos de 2016 - 2019. Ano passado (2018) junto com o amigo Ramon Menezes e Luamy, tive a ideia de criarmos uma quadrilha fora de época, dando oportunidade aos estudantes que moram fora também participar do evento junino, nascendo a “Moleca Matuta”. Neste primeiro ano, por motivos pessoais não fiquei a frente, e os presidentes foram Ramon e Luamy. E estamos ai, indo para o nosso 3º ano da “Moleca”.
3- Por que você decidiu fica à frente da quadrilha "Moleca Matuta"?
Por pressão! (risos) De início não era bem a minha ideia, ou seja, estar a frente de uma quadrilha, pois exige muita responsabilidade e garra. Mas devido as circunstâncias senti que a “ Moleca Matuta” precisava de mim, e mesmo com medo de não conseguir, decidi ficar a frente no ano de 2019.
4- Este ano, sua quadrilha usou um tema relacionado a chuva e seca. Qual foi o motivo dessa escolha?
Quem é sertanejo com mais de 30 anos conhece a realidade do Sertão em épocas de grandes secas. Sabemos as dificuldades que nossos familiares passaram para conseguir sobreviver em uma região esquecida pelos governantes. E esse tema “seca” sempre está presente no imaginário das pessoas, devido a filmes e músicas, principalmente do Rei Luiz Gonzaga. E como esse ano eu quis trazer algo diferente, misturando dança, música e dramatização, achei o momento certo pra mostrar esse tema para o público.
Você deve está se perguntando, e a “Chuva”? Na verdade o tema foi além da chuva, foi sobre as enchentes. Bem, acredito que enchentes não foi bem uma realidade de Brejo dos Santos, não sei, mas eu me inspirei em uma música cantada por vários artistas nordestinos chamada “Suplica Cearense”, música a qual sempre achei interessante, pois se trata de outro extremo vivido por alguns lugares do sertão, a enchente. E assim, eu pensei: Vou mostrar os dois extremos dessa região, as duas situações que trouxeram sofrimento a esse povo. Ahh!! Sem esquecer da fé do povo sertanejo. Tanto que na dramatização tivemos orações, uma personagem representando Nossa Senhora e a noiva pedindo ajuda a Santo Antônio para conseguir um “chameguinho” (risos).
5- Para o próximo ano, já tem algum tema escolhido entre os bastidores para a apresentação da quadrilha Moleca Matuta?
Claro!!! Mais uma vez não fugiremos de temas nordestinos, e assim que acabou a quadrilha, pensei logo no próximo tema. Vamos focar em outro tema muito presente no imaginário dos sertanejos, vamos abordar o cangaço. O tema será “Moleca Matuta: Na Terra do Cangaço”. É um tema rico, cheio de histórias e um figurino que chama muita atenção. Quem não conhece esse assunto, aconselho assistir filmes relacionados ao polêmico Virgulino Ferreira da Silva, vulgo LAMPIÃO. Que venha 2020!!
6- Há boatos que você está querendo apliar a sua atuação na cultura brejossantense. É verdade? Fale sobre.
Sim, até compartilhei nas minhas redes sociais sobre isso. Ano passado, inspirado em alguns alunos que se apresentaram na gincana escolar, tive a ideia de criar um grupo de arte em Brejo dos Santos. Vi nessa gincana que em Brejo existe inúmeros talentos, e eles não podem ser apenas utilizados em uma gincana. E os talentos fora da escola? Com isso eu tive essa ideia, onde dará oportunidade a todos. Estou só indeciso em qual nome dar ao grupo. Pensei em “Berádeiros” inspirado em uma música de Chico Cesar, mas acredito que já tenha grupo com esse nome.
7- Deixe sua mensagem aos leitores do Blog do Taan Araújo.
Primeiramente obrigado pelo convite em participar do seu blog, foi um prazer enorme. Quero parabeniza-lo pelo trabalho que faz ao informar a população brejossantense de forma séria e imparcial. Desde já deixo o meu convite para participar do grupo de arte, assim também para seus leitores que possuiu ou não algum talento. Por que digo isso? Percebi que na gincana os alunos descobriram talentos que nem eles mesmos sabiam que tinham. Paz e empatia a todos! ^^ Deus abençoe.
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