Duas investigações sobre desvio de verba pública e pagamento de propina na Câmara Municipal de Uberlândia, a 537 km de Belo Horizonte, resultou na prisão de 20 vereadores e 15 empresários donos de gráficas na cidade nesta segunda-feira (16). 

De acordo com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), as operações Má Impressão e Guardião tem como objetivo o cumprimento de 43 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão não só em Uberlândia, mas também em Araguari, a 37 km da cidade e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

A primeira investigação, que resultou na operação Má Impressão, apura o envolvimento de parlamentares em denúncias de desvio de dinheiro público por meio de gráficas. Na Câmara Municipal de Uberlândia, cada um dos 27 parlamentares tem direito a uma verba indenizatória mensal de R$ 10 mil - para custear as despesas do gabinete. Desse montante, R$ 6,5 mil podem ser destinados à divulgação da atividade parlamentar.

De acordo com o MPMG, desde janeiro de 2017, mais de R$ 4 milhões foram gastos com essa finalidade. Segundo as investigações, os suspeitos teriam desviado esses recursos por meio de contratos fraudulentos com donos de gráficas para que parte dos valores pagos aos empresários retornasse aos vereadores. 

Propina

Já a Operação Guardião investiga a cobrança de propina por parte de integrantes da Mesa Diretora em contratos de limpeza e segurança no Legislativo municipal. O esquema foi denunciado pelo dono de uma empresa de segurança. Segundo ele, a Câmara contratava 22 vigilantes, mas só 15 trabalhavam.

O dinheiro que era pago para os sete funcionários fantasma era, então, dividido entre os vereadores. De acordo com o MPMG, o delator apresentou uma planilha de propinas aos vereadores e também funcionários da Câmara, gestores e diretores dessas áreas. 

Dentre os vereadores investigados e presos está o presidente da Câmara Municipal, Hélio Ferraz (PSDB). Ele é suspeito de participar dos dois esquemas.

R7
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