“Uma ponte para que as pessoas tenham acesso ao conhecimento”. É como o professor de história, Severino Santos Terto, enxerga o projeto “Cultivando leituras no campo”, idealizado por ele com a ajuda da comunidade em que mora, no distrito de São José da Mata, zona rural de Campina Grande. No local, jovens e agricultores implantaram bibliotecas comunitárias para atender a demanda dos estudantes e incentivar o hábito da leitura. 

A iniciativa surgiu após reuniões de um coletivo da comunidade de Serra de Joaquim Vieira II. Integrantes do grupo “Jovens organizados no meio rural” elencaram a necessidade de locais destinados para estudo como uma prioridade para a região. 

Severino explicou que algumas escolas do campo fecharam e que os estudantes que moram na região e, não contavam com espaços locais para leitura e estudo, precisaram se deslocar até as áreas urbanas para estudar. 

Por causa da distância, muitas delas têm dificuldade em ir até as escolas ou bibliotecas centrais em horários opostos aos das aulas para fazer pesquisas. Pelo menos 50 famílias passaram a ser atendidas pela iniciativa. 

“Muitas vezes as crianças vão para casa com atividades e não podem voltar para pesquisar. É uma inovação na comunidade, não tínhamos esse recurso antes. Assim a gente está falando em democratizar a leitura”, pontuou Severino. 

Impulsionados pela necessidade, os voluntários fizeram o projeto tomar forma. Atualmente, duas bibliotecas atendem a comunidade no geral e, especialmente, a população em idade escolar como crianças e adolescentes. 

A primeira biblioteca, inaugurada no início de 2019 na Serra de Joaquim Vieira II, foi implantada em uma casa cedida por um agricultor que mora na comunidade. A residência que não estava sendo utilizada, se tornou um ambiente de estudo e um lugar para se dar asas à imaginação. O imóvel acolhe o projeto temporariamente até a construção de um salão comunitário para onde ela será transferida. 

Já a segunda biblioteca funciona no Sítio Castelo. O espaço escolhido para sediá-la foi a Associação de Trabalhadores Rurais da região, que já servia como ponto de encontro para as pessoas que moram no local. 

Os nomes dos espaços foram cuidadosamente escolhidos seguindo a representação de pessoas que personificaram inspirações. Chamadas de João Pedro Teixeira e Margarida Maria Alves, as bibliotecas homenageiam quem lutou por melhorias para o povo do campo. 

Todos os livros disponíveis nos locais foram adquiridos por meio de doações, principalmente de campanhas feitas em redes sociais na internet, que arrecadou mais de 500 títulos. 

A iniciativa, segundo Antônio Lisboa, que é doutor em educação, evidencia a carência de políticas públicas que contemplem o incentivo à leitura no estado. O cenário, sobretudo, é acentuado em comunidades rurais, onde há um movimento acelerado processo de fechamento de escolas. 

“A percepção, pela própria comunidade, da importância e necessidade da leitura para a formação humana, em geral, [...] pode resultar em um maior empoderamento político e cultural por parte dos leitores”, apontou. 

Já a segunda biblioteca funciona no Sítio Castelo. O espaço escolhido para sediá-la foi a Associação de Trabalhadores Rurais da região, que já servia como ponto de encontro para as pessoas que moram no local. 

Os nomes dos espaços foram cuidadosamente escolhidos seguindo a representação de pessoas que personificaram inspirações. Chamadas de João Pedro Teixeira e Margarida Maria Alves, as bibliotecas homenageiam quem lutou por melhorias para o povo do campo. 

Todos os livros disponíveis nos locais foram adquiridos por meio de doações, principalmente de campanhas feitas em redes sociais na internet, que arrecadou mais de 500 títulos. 

A iniciativa, segundo Antônio Lisboa, que é doutor em educação, evidencia a carência de políticas públicas que contemplem o incentivo à leitura no estado. O cenário, sobretudo, é acentuado em comunidades rurais, onde há um movimento acelerado processo de fechamento de escolas. 

“A percepção, pela própria comunidade, da importância e necessidade da leitura para a formação humana, em geral, [...] pode resultar em um maior empoderamento político e cultural por parte dos leitores”, apontou. 

Acesso aos livros pode estimular senso crítico das crianças 

Criar o hábito da leitura é algo positivo para o desenvolvimento das crianças, conforme acredita Raquel Suzana do Amaral, que professora e especialista em educação infantil. 

“Sabemos que a leitura é um ato de revolução, ela nos liberta, abre caminhos para o conhecimento e trabalha a imaginação”, explicou. 

Raquel também considera que além de estimular a curiosidade e a imaginação, “o acesso ao livro torna a criança um ser crítico, abre portas e incentiva o gosto, a paixão pela leitura”. 

G1 PB
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