Foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (24) em João Pessoa o Museu da Cannabis do Brasil, o primeiro do tipo no país. A iniciativa é da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), organização não governamental paraibana que encampa a luta em favor do uso medicinal da maconha no Brasil. O objetivo dos organizadores é "mostrar um outro lado da moeda" com relação à planta.

O museu passa a funcionar no Parque Solon de Lucena, num prédio localizado ao lado da sede da Abrace. O imóvel estava abandonado há alguns anos, até que a Associação alugou e reformou o local.

Cassiano Gomes, que é o atual presidente e um dos fundadores da Associação, explica que o museu tem o objetivo de contar mais a história da planta e falar dos benefícios medicinais existentes em torno da cannabis.

"A história é uma das coisas mais importantes da humanidade. Então é um aparelho histórico, educacional, de alta qualidade", define.

Ele destaca ainda que "a Paraíba mais uma vez se torna pioneira", numa referência ao fato de a Abrace ser a primeira associação do Brasil a ter autorização judicial para plantar maconha com fins medicinais.

"A gente está trazendo isso para a população, que sabe que a educação é importante", completa.

Cassiano explica, por exemplo, que no passado a cannabis já foi utilizada para produzir objetos como corda, concreto, fio, tecido e papel. "Livros como a Bíblia e as constituições já foram impressas com papel de maconha", comenta.

Em 1910, contudo, a maconha passou a ser criminalizada de forma mais violenta, num processo que ele classifica como "proibição insana" de governos contra a planta.

Bem mais recentemente, contudo, em 2014, foi descoberto que a cannabis era boa no combate à epilepsia. Fortalecendo a luta pela discriminalização. Todas essas histórias são contadas no museu.

A inauguração do Museu Brasileiro de Cannabis acontece em meio à Semana de Integração das Associações de Acesso à Cannabis (Sidaac), evento que reúne pessoas que lutam a favor da cannabis medicinal e das associações canábicas.

g1 PB
Foto: Sílvia Torres/TV Cabo Branco
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