Um possível surto de intoxicação alimentar na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já afetou 332 alunos, que relataram sintomas de Doença Transmitida por Alimentos (DTA) após se alimentarem no Restaurante Universitário (RU), localizado no Campus I, em João Pessoa. Desses estudantes, 31 procuraram atendimento médico.
Em resposta, a Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou uma investigação para identificar a causa do surto. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e a Gerência de Vigilância Sanitária (GVS) lideram a apuração do caso.
Na segunda-feira (17), o CIEVS deu início à investigação de campo e começou a monitorar os alunos afetados. Amostras biológicas estão sendo coletadas para identificar o patógeno responsável, enquanto a Vigilância Sanitária complementa as análises já feitas durante uma inspeção anterior no Restaurante Universitário.
Durante a vistoria, foram identificadas falhas como o armazenamento inadequado de polpa de suco, o que resultou em uma notificação à empresa responsável. A administração do restaurante tem 15 dias para corrigir as irregularidades, que incluem a manutenção de equipamentos de refrigeração e a higienização rigorosa de utensílios.
O que diz a UFPB?
A UFPB também está tomando providências. A Superintendência de Restaurantes Universitários (SRU) emitiu uma nota detalhando as ações adotadas para investigar o ocorrido. Em um vídeo publicado nas redes sociais da universidade, a superintendente da SRU, Noádia Priscila, disse que o restaurante continuará funcionando normalmente e explicou que o protocolo de segurança foi iniciado após a primeira denúncia na sexta-feira (14): “A empresa fornecedora foi notificada e amostras alimentares foram preservadas para análise, conforme previsto no contrato. A Vigilância Sanitária foi acionada e o restaurante foi vistoriado rigorosamente, garantindo que o local é seguro para o consumo.”
Entretanto, o vídeo gerou protestos por parte de alguns usuários nas redes sociais. “Falou, falou e não disse nada! O que ocasionou a infecção alimentar? O que vai ser feito para prevenir que isso não se repita?”, escreveu um usuário, demonstrando a insatisfação com a falta de esclarecimentos.
Matheus, aluno de Fisioterapia da UFPB, conversou com o Portal T5 e compartilhou sua experiência com os sintomas de intoxicação alimentar. Ele relatou que, após almoçar no Restaurante Universitário na sexta-feira (14), começou a sentir náuseas e, mais tarde, intensos episódios de vômitos e diarreia. "A situação piorou quando, já em casa, eu tive uma queda de pressão que me fez desmaiar e bater a cabeça. Fui atendido na UPA, onde recebi medicação e orientação médica", explicou.
O aluno destacou, no entanto, a falta de assistência por parte da universidade. "A UFPB ainda não se manifestou de forma clara sobre o que aconteceu", disse. Ele também revelou as dificuldades em arcar com os medicamentos prescritos. "Eu não tenho condições financeiras para comprar todas as medicações. Comprei apenas a que me ajudaria a recompor a flora intestinal, mas não recebi nenhum apoio adicional da universidade", lamentou.
Matheus pediu mais clareza sobre o ocorrido, afirmando que é importante que a instituição tome as devidas providências para evitar que situações como essa se repitam.
O surto de Doença Transmitida por Alimentos tem como principal quadro a doença diarreica aguda. A gerente de Vigilância Epidemiológica, Danielle Melo, destacou a importância de acionar imediatamente as autoridades sanitárias locais em casos como este, para que as medidas de controle sejam tomadas rapidamente.
A Reitoria da UFPB se manifestou, informando que o Restaurante Universitário, que é o mais caro do Brasil, segue funcionando normalmente com o custo de R$15,01 e que novos desdobramentos serão comunicados à comunidade acadêmica conforme a apuração avance.
O Portal T5 entrou em contato com a Vigilância Sanitária, que não deu previsão para a entrega do resultado das análises coletadas na universidade.
Gabi Lins - Portal T5
Foto: Ascom UFPB
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