Há quase oito anos, trago aqui, por meio deste blog, histórias e mais histórias da minha cidade Brejo dos Santos: conterrâneos se destacando, partida de pessoas, mas, essa matéria, que espero que vocês leiam e vejam o quanto Deus é bom, de hoje é comigo...

Muito prazer, sou Taan Naasson de Araújo Melo, nascido no dia 8 de dezembro de 2000, no Hospital São Lucas, em Brejo dos Santos, no Alto Sertão, pelas mãos dos grandes médicos e políticos Dr. Lauri Ferreira (in memoriam) e Dr. Luiz Vieira. Sou filho de Givanildo Alves de Melo (1974-2014), policial militar, e de Maria Arenilda Vieira de Araújo Melo (1977-2021). Em maio de 2021, o vírus da Covid-19 atingiu drasticamente a minha família. Éramos cinco. Minha mãe tinha se casado novamente com o senhor Francisco Miranda. Infelizmente, todos nós fomos contaminados. Eu? O último entre nós. Minha mãe foi, de primeira, mais atingida, teve pouco mais de 70% dos pulmões comprometidos. Logo, foi transferida do Centro Município de Combate à Covid-19, na época, para o Hospital Regional Dr. Américo Maia de Vasconcelos, em Catolé do Rocha, onde passou seis dias intubada. Eu, com o medo de perdê-la, já que perdi meu pai muito novo - eu tinha apenas 13 anos, não me cuidei. Fiquei em casa. Chorava. Orava. Pedia tanto a Deus para não levá-la. Já tínhamos passado há poucos meses pela morte rápida do meu avô materno devido a um câncer. Minha mãe lutou muito pela vida. A saturação ficava oscilando e ela lutando por uma vaga em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), já que na região não tinha devido ao pico da pandemia e poucos leitos para uma demanda alta. Mas Deus já estava preparando tudo. Noite de 31 de maio de 2021, a tão sonhada e abençoada vaga, digo isso porque foi tudo preparado por Deus, minha mãe foi transferida para o Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, capital paraibana. Manhã do dia 1° de junho, liga minha prima, Dra. Aliny Risonelly, fisioterapeuta, para comunicar a partida da minha mãe, deixando minha família totalmente abalada. Perdemos ela em uma semana, praticamente. Já com sintomas, no mesmo dia, aliás, na mesma hora do comunicado da partida, fui levado à uma unidade hospitalar, com uma tosse seca a saturação entre 67 e 70. Primeiramente, fui ao oxigênio pela técnica em enfermagem Taiza Cardoso. Logo, após, fui transferido, também, para o Hospital Regional de Catolé do Rocha, pelas mãos do motorista Clério Barreto e da também técnica Andréia Duarte. Antes, tive que fazer uma tomografia pulmonar e, para chocar ainda mais a situação, descobriram que eu estava com 82% de comprometimento pulmonar. Para alguns médicos, ali seria mais uma vítima fatal da Covid-19. Apenas mais um nome e um número para as estatísticas e um corpo que seria sepultado sem direito a um velório digno. Já à base do oxigênio e muito cansado no Regional de Catolé do Rocha, lembro como se fosse hoje, outro jovem, não lembro o nome nem onde residia, também estava no meu quarto e aguardava transferência, o medo, a tensão, a tristeza de ter perdido a minha mãe, enfim, era uma mistura de sentimentos que me consumiam e eu só tinha Deus a clamar e a chamar: ou pela cura, ou pelo perdão, caso partisse, para receber a salvação eterna. Já na parte da tarde, chegou a assistente social da unidade hospitalar, Saloane Fagna, informando que eu seria transferido para o mesmo hospital em que minha mãe faleceu, deixando para trás uma família e o seu maior bem: seus três filhos. Paramos em Patos, ainda no Sertão, para reabastecer o oxigênio, e seguimos rumo à capital. A cama em que eu fiquei?... A que ela faleceu. A equipe médica do Hospital São Vicente de Paulo me "escondia" - pelo meu bem - que naquele leito a mulher mais importante da minha vida tinha ido para o plano espiritual. Sei lá, mas, no momento que fui colocado ali, eu senti. Sobre a equipe não irei citar nomes - não quero esquecer de alguns. A assistente social de lá, uma conterrânea: Rochele Oliveira, a quem devo agradecer imensamente. Enquanto alguns, aqui em Brejo dos Santos, já decretavam minha morte; outros, oravam. Deus atendeu o clamor, e, a cada dia que passava, eu mostrava melhora e resultados positivos. Tarde do dia 7 de junho de 2021, recebo a melhor notícia: a minha alta hospitalar. Meu tio Gilverlan (Dedé de Livaci) e o motorista da prefeitura, Marcos de Manuela, foram me buscar na capital João Pessoa. Sou eternamente grato também a eles. Chegamos na madrugada do outro dia ao Sertão do estado. O meu caso não só comoveu a nossa cidade, mas a região e as equipes médicas. Esse é só um trecho da história, que em breve - espero - será contada em livro, de um jovem de 24 anos, que passou por uma coqueluche quando tinha um ano de vida, nessa época também tinha sido desenganado pelos médicos, por três acidentes e oito dias na UTI, entre outros problemas que prefiro, no momento, não comentar, entretanto, muitos já sabem quais. Só quero dizer uma coisa: quando Deus decreta a sua vitória, pode médico dizer que é o seu fim, que ali não tem mais jeito, ela está garantida, pois Ele é o dono da vida e da morte e você só vai se for da vontade dele.

Por Taan Araújo, Folha Brejo-Santense
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