Uma análise histórica resumida da implantação de igrejas protestantes evangélicas em Brejo dos Santos, no Sertão da Paraíba, e os desafios enfrentados pela comunidade

Em meados da década de 1920, o pequeno sítio Brejo dos Cavalos, pertencente ao município de Catolé do Rocha, era um lugar remoto sem infraestrutura básica. Foi nesse contexto que o evangelho chegou à região, trazido por missionários protestantes. A história da implantação de igrejas protestantes evangélicas em Brejo dos Santos é marcada por relatos de intolerância religiosa, resistência e perseverança.

O início

Tudo começou quando um senhor chamado Adão distribuiu revistas religiosas a várias pessoas, uma das quais chegou às mãos de um morador da localidade Brejo dos Cavalos. Esse morador despertou interesse pela bíblia e, logo, o missionário Harry G. Briault, pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande, começou a visitar a região para realizar cultos religiosos. Em dezembro de 1926, foi realizado o primeiro culto protestante em Brejo dos Cavalos, resultando em várias conversões à fé protestante.

Crescimento e perseguição

A comunidade protestante cresceu rapidamente, com mais de cem alunos matriculados na escola dominical. No entanto, essa expansão não foi bem recebida por todos. O vigário católico da região sentiu-se ameaçado e começou a se opor aos protestantes. Em 1935, após uma série de pregações sobre idolatria, a tensão entre católicos e protestantes aumentou. Fiéis católicos romanos de Catolé do Rocha foram trazidos para ajudar a demolir o templo protestante de Brejo dos Santos. O incidente foi violento, resultando na morte de José Alves da Silva (foto acima da matéria) e na migração de famílias evangélicas para o Ceará.

A mudança de nome

Com a saída dos protestantes, o nome do lugar foi mudado para Brejo dos Santos, supostamente porque os católicos consideravam os protestantes como "cavalos" que haviam sido expulsos. Essa mudança reflete a tensão religiosa da época e a influência da Igreja Católica na região.

Reconstrução e resistência

Anos depois, os protestantes retornaram e reconstruíram seu templo. No entanto, houve uma segunda tentativa de destruição, que foi frustrada por um membro da igreja chamado Amâncio Estevão. Apesar da perseguição, a comunidade protestante perseverou e reconstruiu sua igreja.

Análise histórica

A implantação de igrejas protestantes em Brejo dos Santos revela uma complexa dinâmica de intolerância religiosa e resistência. Os relatos históricos sugerem que a comunidade protestante formou sua identidade em oposição ao catolicismo romano, criticando práticas como a veneração de santos. Essa tensão religiosa reflete um período marcado por disputas ideológicas e religiosas no Brasil.

A história de Brejo dos Santos serve como um lembrete da importância da tolerância religiosa e do respeito à diversidade. A perseverança da comunidade protestante em face da perseguição é um testemunho da força, da fé e da determinação humana. Hoje, a cidade de Brejo dos Santos é um exemplo de como diferentes grupos religiosos podem coexistir e contribuir para o desenvolvimento da comunidade.

Por Taan Araújo, Folha Brejo-Santense - com auxílio e pesquisas na internet

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