O Estado da Paraíba foi condenado pela 4ª Vara da Comarca de Sousa, no Sertão do estado, a pagar uma indenização de R$ 120 mil por danos morais aos pais de um bebê de um ano e seis meses que morreu no Hospital Regional de Sousa em abril de 2023. Na sentença, o juiz Argílio Tomas Marques concluiu que houve omissão por parte do hospital ao protelar atendimento adequado. De acordo com a sentença, o médico plantonista fazia penas “prescrição de paliativos” e mandava os pais do menino retornar com ele para casa. Da decisão, cabe recurso

O advogado da família, Abdon Lopes, contou no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão que a criança foi levada pelos pais ao HRS quatro vezes, em quatro dias seguidos, apresentando sintomas respiratórios graves. “Ela chegou a ir para o hospital com 40 graus de febre. A saturação, em determinado momento, foi comprovado nos autos, que estava em 72%, quando o normal seria de 90% a 94%. E essa criança tinha dificuldades com tosse, com dores”.

O advogado relata que os pais, cansados de esperar pelo hospital, conseguiram dinheiro através de uma ‘vaquinha’ urgente e levaram o filho para uma clínica particular. No entanto, quando constatou que o quadro era gravíssimo, uma médica dessa clínica colocou o bebê no próprio carro e retornou ao Hospital Regional de Sousa para exigir uma internação imediata. Porém, a criança veio a óbito no dia 6 de abril de 2023, vítima de insuficiência respiratória aguda grave, sepse de foco pulmonar e pneumonia.

“A gente sabe que esse valor e nenhum outro valor vai suprir a dor que esse jovem casal e a família estão passando. Mas, são os meios pelos quais nós temos que procurar justiça, e também que sirva de lição para que não aconteça com outras vítimas”, acrescentou o advogado.

Abdon Lopes ressalta que a Justiça foi célere no processo. “Pra gente que está no poder judiciário e também quem tem processo na Justiça, sabe que dentro dos parâmetros utilizados, foi célere”.

“Às vezes, um pouquinho mais de atenção, de bom senso, de sentimento e de cuidado, principalmente com a saúde das outras pessoas, especialmente de uma criança que é indefesa, poderia ter salvado vidas. Mas a justiça está sendo feita. Da sentença cabe recurso, mas acredito que ao final, a família sairá pelo menos com esse alento”, completa o advogado.

Luis Fernando Mifô – Diário do Sertão
Foto: Reprodução/TV Diário do Sertão
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