Relembrando: Caio Roberto afirmou que a oposição de Brejo dos Santos iria embora, mas, no fim, ele é quem foi escorraçado pela gestão

A política paraibana é terreno fértil para reviravoltas, e o cenário em Brejo dos Santos, no Sertão do estado, serve como um exemplo emblemático de como as marés de apoio podem mudar em um curto período. Um episódio que voltou a ganhar força nas redes sociais de eleitores da cidade resgata uma declaração incisiva feita pelo deputado estadual Caio Roberto. No registro em questão, o parlamentar demonstrava plena confiança em sua base aliada local, chegando a afirmar que a oposição no município estava com os dias contados e acabaria por deixar do município diante da força de seu grupo político.

Entretanto, o desdobramento dos fatos seguiu um roteiro oposto ao desenhado pelo deputado. A prefeita de Brejo dos Santos, Luciene Almeida, que até então figurava como principal pilar de sustentação de Caio Roberto na localidade, decidiu romper os laços políticos com o parlamentar. A gestora municipal optou por redirecionar seu apoio e sua estrutura política para a candidatura de Gilbertinho, que articula sua estratégia para buscar a reeleição na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

Essa mudança de posicionamento da gestão municipal não apenas enfraqueceu a presença de Caio Roberto no município, como também gerou um sentimento de ironia entre os grupos adversários, que agora utilizam as antigas declarações do deputado para ilustrar sua perda de espaço. O vídeo que circula amplamente entre os populares serve como munição política, reforçando a narrativa de que, ao contrário do que previu sobre a saída da oposição, foi o próprio deputado quem acabou perdendo o terreno e sendo isolado pelo grupo governista local.

O episódio reflete a dinâmica volátil das alianças no interior paraibano, onde o apoio de prefeitos é peça fundamental para a manutenção de mandatos na Casa de Epitácio Pessoa. Com a adesão da prefeita ao projeto de Gilbertinho, a configuração eleitoral em Brejo dos Santos passa por uma reestruturação profunda, deixando Caio Roberto em uma posição de desvantagem em um reduto onde antes acreditava deter hegemonia absoluta. O caso permanece vivo na memória do eleitorado, alimentado pelas constantes republicações de um passado recente que agora confronta a realidade política atual.

Por Taan Araújo, Folha Brejo-Santense