O que começou como um gesto de força e unidade da direita paraibana em junho de 2023 terminou, dois anos depois, em um rompimento escancarado. O chamado Triunvirato bolsonarista — formado por Walber Virgolino, Cabo Gilberto Silva e Nilvan Ferreira — foi oficialmente sepultado no dia 20 de maio de 2025, após uma série de desentendimentos, traições políticas e ataques públicos entre seus integrantes.

Criado em 15 de junho de 2023, o grupo foi anunciado como uma frente de resistência à imposição do nome do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga como pré-candidato à Prefeitura de João Pessoa pelo PL. Insatisfeitos com a decisão da Executiva Nacional do partido e com o aval direto de Jair Bolsonaro, os três líderes decidiram formar uma aliança política inspirada na magistratura romana, dividindo entre si a liderança do “conservadorismo paraibano”.

Mas o que era para ser uma união sólida contra o “sistema” começou a ruir já em 2024, quando Nilvan deixou o PL e selou uma aliança com o governador João Azevêdo (PSB) para disputar a Prefeitura de Santa Rita pelo Republicanos. O gesto foi visto como uma quebra de confiança por Walber Virgolino e deu início ao distanciamento entre os três.

Mesmo após a saída de Nilvan, Cabo Gilberto tentou manter algum nível de diálogo com o ex-aliado, o que agravou ainda mais a crise interna. Nesta semana, Walber rompeu o silêncio e atacou publicamente Cabo Gilberto por tentar reaproximar Nilvan do grupo. “Quem quiser Nilvan, que se abrace com ele em outro partido. No PL é bolsonarismo raiz”, disparou o deputado, em entrevista à rádio Correio 98 FM.

Walber também cobrou coerência do colega de partido, lembrando que foi criticado por ele por apoiar figuras do centrão. “Ele disse que eu errei ao votar em Ruy por ele ser do centrão, mas agora quer trazer Nilvan de volta? Tem que ter coerência. Não pode ter um lado em Brasília e aqui ter dez”, alfinetou.

A troca de farpas expõe a completa desintegração do Triunvirato e a fragilidade do grupo bolsonarista na Paraíba. O projeto que nasceu com o discurso de unidade e fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, durou pouco mais de dois anos — tempo suficiente apenas para deixar para trás mágoas, divisões e incertezas sobre o futuro da direita no estado.

Fonte83
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